O RAPAZ IMPROVISADO - uma espécie de ater-ego cujo nome nos remete automaticamente para o caminho estético que trilha - surgiu no acaso dos improvisos e no redescobrir das guitarras, após uma viajem à Irlanda. E assim tem evoluido desde a sua génese este RAPAZ IMPROVISADO, sem a pretensão de aspirar a alguma coisa em concreto, excepto, claro, o de cumprir o sonho de um dia figurar na prateleira da world music ou do free jazz, ao lado de nomes como Keith Jarret, Carlos Barretto, Carlos Zíngaro, Hector Zazou, Tom Waits, John Zorn, Bill Frisell ou Marc Ribot, artistas que habitualmente escuta em casa…
A obra de RAPAZ IMPROVISADO, materializada já em três álbuns (dois dos quais lançados em 2015) deambula num universo musical onde cabem, de forma quase equitativa, a música tradicional, a surf-music dos anos 60, os Godspeed You Black Emperor, os Sonic Youth, o nipónico Ryuichi Sakamoto e, obviamente, os ensinamentos obtidos nas audições massivas de Marc Ribot - o seu guitarrista preferido.
Mas este RAPAZ IMPROVISADO não se finda no intervalo que a “libertinagem do improviso” permite. Revela também uma assinalável dose de “disciplina da composição” quando, acompanhado da insidiosa, sensual e portentosa voz de Catarina Ribeiro, se metamorfoseia de canídeo nos também mui aconselháveis MISS CAT E O RAPAZ CÃO.
Por fim, assinale-se também e ainda, o aprumo gráfico das edições de RAPAZ IMPROVISADO, arquitectadas em edições limitadas, numeradas, e manualmente manufacturadas, o que confere a estes objectos sonoros de edição física um acréscimo de inestimável valor artístico.
SURMA, Leiria (Experimental / Noise) •
• SURMA - Nas deslocações entre Leiria e a capital portuguesa, ficou para trás o colectivo Backwater And The Screaming Fantasy, que chegou a rodar em palcos Fnac e integra a colectânea Novos Talentos 2014. Um registo descendente do rock, que se apresentaria bem em qualquer estante britânica. O caminho passa por algo bastante diferente: o projecto a solo Surma. Sintetizador, guitarra, computador, samplers, “uns copos de vidro e uns objectos estranhos a fazer barulhos estranhos”, com letras, “mas nada muito complexo”, porque o que aí vem, diz a nova melhor amiga do contrabaixo, “é mais à base de uh-uh-uh e de harmonias”.
Quando está a trabalhar no estúdio em forma de PC, a nossa instrumentista com alma de artista procura esquecer as influências de St. Vincent, The Acid, Grouper e Darkside para se concentrar na sua própria estética, entre o noise e o experimental, com loops e reverbes à vontade do momento. A voz, se emerge, também é consequência das aulas na Travessa da Galé, entre recordações de concertos fumarentos e memórias do futuro. Há ainda uma ponte entre o pós-rock, o jazz, o noise e o experimentalismo do projecto Surma. Ninguém sabe muito bem onde começa e acaba. •
Mona! é o nome do proxecto en solitario do galego Xavier Souto.
Unha viaxe de noise, ambient lo-fi e blues electrónico que oscila entre o suave eo desafiante e que acaba embalada por unha atmosfera nostálgica.
https://monamona.bandcamp.com
https://vimeo.com/125357479
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